Arcebispos

Eurico Dias Nogueira

D. Eurico Dias Nogueira nasceu em 1923, em Dornelas do Zêzere, Coimbra. Faleceu em 2014, em Braga. Foi ordenado sacerdote em 1945.

Foi Bispo de Vila Cabral, Moçambique (de 1964 a 1972), e de Sá da Bandeira, Angola (de 1972 a 1977), e, ainda, Arcebispo de Braga (entre 1977 e 1999). Foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique. Licenciou-se em Direito Civil e em Ciências Político-Económicas, ambos pela Universidade de Coimbra, e doutorou-se em Direito Canónico, pela Universidade Gregoriana (Roma).

Na diocese de Coimbra, exerceu funções de docência e de pastoral universitária. Foi cónego da Sé de Coimbra e director de um colégio. Realizou vários trabalhos académicos relacionados com a dimensão missionária, algo que contribuiu para as suas nomeações como Bispo nas dioceses de Vila Cabral e Sá da Bandeira. Participou no Concílio Vaticano II.

Foi nomeado Arcebispo de Braga em 1977, quando regressou a Portugal. Da obra enquanto Arcebispo de Braga, é de relevar o seu papel na consolidação da presença da Universidade Católica Portuguesa na cidade, a importância que atribuiu aos meios de comunicação ligados à Igreja, a relação pessoal que estabeleceu com os media locais e nacionais, o apoio dado a um grande número de construções e remodelações de igrejas, a ampliação da rede social de instituições ligadas à Igreja e a corajosa denúncia pública de esquemas e vícios da vida política e social e de problemas da própria Igreja.

Francisco Maria da Silva

Francisco Maria da Silva foi arcebispo de Braga de 12 de Dezembro de 1963 até à sua morte.

Foi ordenado sacerdote em 21 de Maio de 1932, integrando o presbitério de Évora. Doutor em Teologia pela Universidade Gregoriana (Roma), obteve na mesma Universidade o bacharelato em Direito Canónico Em 20 de Dezembro de 1956 foi nomeado bispo auxiliar de Braga, com o título de arcebispo de Telmisso. A ordenação episcopal ocorreu a 31 de Março de 1957.


António Bento Martins Júnior

António Bento Martins Júnior nasceu em 1881, em Vila do Conde, e faleceu no ano de 1963, em Braga. Foi bispo de Bragança-Miranda entre 1928 e 1932 e Arcebispo de Braga entre 1932 e 1963.

A 29 de Março de 1947 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo e a 11 de Julho de 1959 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem de Benemerência. Em 1895, iniciou o estudo dos preparatórios, tendo sido ordenado em 1903. Prosseguiu os estudos em Roma, onde se licenciou em Teologia e doutorou em Direito Canónico.

Em 1909 começou a dar aulas no seminário, em Braga. Em 1920, D. Manuel Vieira de Matos nomeou-o seu secretário particular, ou Chefe da Secretaria Arquiepiscopal. Dois anos depois, elevou-o à categoria de Protonotário Apostólico, cargo que ocupou ao longo de seis anos.

Quando foi nomeado bispo de Bragança, a diocese encontrava-se numa situação decadente (tanto a nível material, como no que respeita ao culto católico). Conseguiu levar a cabo a reconstrução da diocese em três anos e meio. Trabalhou pela restauração e engrandecimento da sua Igreja, instrução e disciplina do Clero e estimulou e afervorou a piedade entre os seus diocesanos.

Enquanto Arcebispo, foi devoto continuador da obra de D. Manuel Vieira de Matos. Promoveu a remodelação dos estatutos das irmandades e confrarias e a cristianização das festas religiosas. Patrocinou a Obra das Vocações e Seminários e incrementou a renovação dos seminários e a formação do clero. Promoveu congressos eucarísticos arciprestais e outros. Desenvolveu uma rede de colégios diocesanos e fomentou a imprensa regional e paroquial. Impulsionou a “Acção Católica”. Acolheu congregações religiosas e missionárias que contribuíram para a renovação cristã da vida diocesana.

Manuel Vieira de Matos

Manuel Vieira de Matos nasceu em 1861, em Poiares (Peso da Régua), e faleceu em 1932, em Braga. Foi Bispo da Guarda (1903-1914) e Arcebispo de Braga (1914-1932).

Fundou o Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português. Em 1927 foi feito Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo. Num contexto desfavorável para a Igreja Católica – derivado do advento do liberalismo e coincidente com os primeiros anos da República – contribuiu decisivamente para o renascimento católico do país. Foi desterrado e preso três vezes, fruto das perseguições aos bispos e sacerdotes levadas a cabo aquando da implantação da República e no âmbito da Lei de Separação.

Na sua obra e acções, teve como preocupações a formação do Clero, a difusão da catequese e o desenvolvimento de organismos de comunicação. A imprensa deve-lhe os títulos “Acção Católica”, iniciado em 1915 com funções de órgão oficial da Arquidiocese, o semanário “Actualidades”, bem como outros semanários em várias vilas e cidades, e o “Diário do Minho”, adquirido em 1925.

Enquanto Arcebispo, encontrou a cidade de Braga desmantelada das suas estruturas de governo e acção pastoral. Empenhou-se em recuperá-la. Assim, adquiriu um novo Paço Arquiepiscopal e o Seminário Menor, lançou a construção do novo Seminário Conciliar na Rua de Santa Margarida, incentivou a publicação dos “Fastos Episcopaes”. Em simultâneo, dinamizou congressos, tratou da formação de professores para os Seminários, cuidou da renovação da música sacra e promoveu a criação do Tesouro-Museu da Sé de Braga. Enquanto Arcebispo, pediu, ainda, o desmembramento da Arquidiocese com a criação da diocese de Vila Real.