Glossário

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Anel: O seu uso entrou na Igreja por tra­dição bíblica e pelo costume ro­ma­no. É sinal de poder e de fidelidade. Usam-no habitualmente o Papa, os bis­pos, os car­deais, os abades, as aba­des­sas, as virgens consagradas e os cônjuges. Nos prelados, simboliza a união es­ponsal com a Igreja; na virgens, a união esponsal com Cristo; e, nos es­po­sos cristãos, a união de vidas a testemunhar a aliança indefectível de Cristo com a Igreja (Ef 5,32). Nos ritos de or­denação, de consa­gração e de ma­tri­mónio reservam-se especiais bênçãos para os anéis. Chama-se Anel do Pes­ca­dor ao anel papal para se­lar documentos, o qual é destruído à mor­te do Papa, segundo costume que vem do séc. XIII.

Arcebispo: Nome geralmente reserva­do ao bispo com jurisdição sobre uma pro­­víncia eclesiástica, de que fazem par­te várias dioceses. Aquela que está confiada ao arcebispo toma o nome de arquidiocese ou metrópole. Na paramen­tação litúrgica, o arcebispo metropolita distingue-se pelo uso do pálio.

Armas: A heráldica eclesiástica obedecia no passado a regras muito rígidas e interessava a muitas categorias de pessoas e instituições de Igreja, o que já não acon­tece hoje. Nas armas dos bis­pos, ar­ce­bispos, primazes e cardeais, o escudo é encimado por um chapéu de pe­regrino ornamentado com dois cor­dões com bor­las em número e cor variáveis.

Báculo: Insígnia pastoral do bispo em forma de bastão ou de cajado encimado por uma croça, simbolizando o seu mú­nus de ensinar e de governar. O bispo usa-o nas celebrações litúrgicas solenes dentro da sua diocese; noutra diocese pode usá-lo, com o consentimento do bis­po local, se presidir à celebração.



Cabido: É o colégio dos clérigos cha­ma­dos “cónegos”, constituído princi­pal­men­te para assegurar um culto mais solene na catedral (cabido catedralício) ou numa igreja importante (colegiada, ho­je já não existente entre nós). O ca­bi­do catedralício tinha ainda funções admi­nistrativas que, pelo novo CDC, sal­vo con­cessão excepcional, passaram para o colégio de consultores. No pas­sa­do, os cabidos desempenharam fun­ções importantes, nomeadamente na ma­nutenção de escolas de clérigos e de lei­gos. Hoje, por falta de clero e de meios, a sua acção reduz-se em geral à par­ticipação nas acções litúrgicas mais so­lenes presididas pelo bispo. Às reu­niões do cabido e ao lugar onde se reú­ne dá-se o nome de capítulo.

Cátedra: É a cadeira (e por extensão a disciplina escolar) do professor (ex., cá­te­dra de Teologia). Em liturgia, é a ca­deira do presidente das celebrações, es­pe­cial­mente na igreja episcopal que, por isso, se chama catedral ou sé. A cátedra é símbo­lo da missão de ensino e de go­ver­no. De­la o bispo faz a homilia, di­ri­ge a oração dos fiéis e procede a vários sacramentais.

Chancelaria / Chanceler: Chancelaria Apos­tó­li­ca. Era a repartição da Cúria Romana que, desde o séc. XII, redigia, registava e expedia os documentos do Papa e das Con­gregações Romanas. Paulo VI su­pri­miu-a (27.2.1974), passando as suas funções para a Secretaria de Estado. Chan­­celaria diocesana. É a repartição da diocese (ou Igreja particular) sob a res­­ponsabilidade do chanceler, a quem compete redigir, autenticar, expedir e guardar os documentos mais importantes da Cúria diocesana. O chanceler é habi­tualmente notário, secretário e res­pon­sá­vel do arquivo (cf. CDC 482-491).


Cruz peitoral: A Cruz peitoral é insígnia do bispo, distinguindo-se da do arcebispo por ter dois braços.


Deão: (Forma popular de decano). O mais velho ou o mais antigo cónego dum cabido, que a ele preside ou não, consoante o direito próprio.

Metropolita: É o bispo que preside a uma província eclesiástica constituída por diversas dioceses. Este sistema admi­nistrativo veio da divisão civil do Im­pério Romano, depois da paz de Cons­tantino (313). Em tempos mais remotos, o m. tinha largos poderes de jurisdição, que foram gradualmente redu­zidos, sobretudo a partir do Conc. de Trento. Actualmente o CDC (435-438) atribui-lhe a convocação e presidência do Conselho Provincial e, em certos casos, algumas intervenções nas dioceses sufragâneas. Tem a precedência so­bre os outros bispos da província eclesiástica. A insígnia própria é o pálio, que lhe é concedido pelo Papa. Em Portugal, desde o princípio da Nacio­nalidade, há três províncias eclesiásticas: Braga, Lisboa e Évora.

Mitra: É uma das insígnias do Bispo (e do abade), que a usa nas acções litúrgicas pontificais. Tem origem no gorro usa­do pelos Papas no séc. VIII. Mais tarde, foi concedida por privilégio a bispos e abades, e, no séc. XII, como insígnia própria. Inicialmente era mais larga que alta. Por motivo de ornamentação, foi crescendo em altura (séc. XVII), tendo regressado modernamente a dimensões mais equilibradas. Das três espécies de mitras, a “simples”, a “aurifrigiada” e a “preciosa”, restam as duas primeiras (ditas “simples” e “orna­mentada”), usadas consoante as cele­bra­ções. Como regra, o bispo usa a m. quando: está sentado, se dirige ao povo, o abençoa solenemente, executa gestos sacramentais e vai nas procissões (excepto nas do SS. Sacramento e da relí­quia da Santa Cruz). O bispo recebe a m. na sua ordenação. Nas celebrações compete ao diácono pôr-lha e tirar-lha. (Cf. Cerimonial dos Bispos, 60, etc.).

Pálio: Distintivo dos arcebispos, constituído por uma tira de lã branca com seis cruzes negras, que repousa sobre os ombros, deixando duas faixas pendentes sobre o peito e uma sobre as cos­tas. A lã provém dos cordeiros ofere­cidos ao Papa no dia de Santa Inês. Só o Papa pode conceder esta insígnia.

Solidéu: Pequeno barrete em forma de calote esférica, usado por determinados clérigos sobre a cabeça que, nas cele­bra­ções litúrgicas, se retira em momentos mais solenes e diante do SS. Sa­cra­mento. O do Papa é branco, o dos cardeais, escarlate, dos bispos, aver­me­lha­do e dos abades, preto.

Tomada de posse: É o acto jurídico pelo qual assume as obrigações e direi­tos inerentes a um ofício eclesiástico aquele a quem esse ofício foi confiado. O Código de Direito Canónico estabelece o prazo e o cerimonial da tomada de posse dos bispos, adminis­tra­dores dio­ce­sa­nos, párocos e outros.

  • Nota: as imagens são meramente ilustrativas.